A contratação de mulheres para o centro de distribuição do Grupo Tapajós, tradicionalmente formado por mão de obra masculina, tem feito triplicar os números alcançados anteriormente no setor. Os resultados confirmam uma série de estudos internacionais que mostram os benefícios da equidade entre homens e mulheres no mercado. Um deles, do Instititute for Bussines Value, aponta que empresas comprometidas com a diversidade apresentam taxa de crescimento até 61% mais alta que outras.
No caso do Grupo Tapajós, líder no setor farmacêutico do Norte, e que já tem maioria de colaboradores formada por mulheres, a mudança foi visualizada com maior clareza no centro de distribuição (CD). Por ser um ambiente associado ao sexo masculino em diversas companhias, a empresa resolveu fazer uma aposta diferente e investir na contratação do sexo oposto. Com o sucesso, planejam continuar abrindo vagas para elas no setor.
“Nossas novas colaboradoras entraram numa curva de aprendizado ascendente. A primeira semana foi o tempo de conhecerem o local e manusearem os coletores. Já na segunda semana engataram uma marcha rápida e a partir da terceira a produtividade foi lá para cima”, relata Jardison Cardoso da Costa, coordenador de logística do GT.
Ele explica que o setor é dividido por esteiras semelhantes a ruas e, nesses espaços, os auxiliares de estoque, na função de separadores, recebem os medicamentos e fazem a leitura de um código no item para registrar no sistema. Depois, o guardam em caixas. A preocupação nesse processo é não danificar os produtos e também ter agilidade.
“Nossa média de produtividade era a leitura de 1,5 mil unidades por turno de 7 horas; e não tínhamos tanta qualidade e assertividade. Elas, porém, superaram nossas expectativas e chegam a produzir até 4,7 mil unidades no mesmo período em que homens também atuam. Isso fez até melhorar o desempenho dos rapazes, porque se viram no dever de acompanhar os números delas”, comenta, entusiasmado o coordenador.
Estudo realizado em conjunto com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil mostra que os colaboradores também estão atentos a essas mudanças. Dos 362 ouvidos na pesquisa, 87% afirmaram que as empresas em que atuam gostariam de ser reconhecidas por valorizar a diversidade.