Uma audiência pública ocorrida na manhã de sexta-feira (4) no plenário da Assembléia Legislativa do Estado (ALE-AM) reuniu políticos, autoridades e movimentos sociais em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga o assassinato de jovens no Brasil. Esteve presente na sessão integrantes da Comissão, incluindo o relator da CPI, senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Entre os motivos que ocasionam o alto índice de morte de jovens no Amazonas, está o tráfico de drogas. De acordo com o Lindbergh Farias, que é autor do requerimento que resultou na realização da audiência em Manaus, o Brasil é campeão mundial em homicídios, e os jovens estão em maior número entre as vítimas, por isso a Comissão está percorrendo os Estados para entender a causa dessas mortes. O motivo que trouxe a comissão ao Amazonas, ainda segundo ele, foi morte de 36 pessoas em menos de uma semana no final do mês de julho passado, todas as mortes atribuídas ao trafico de entorpecentes no estado.
“O que chamou a atenção foi essa chacina, que resultou em 36 mortes. A CPI quer entender o que aconteceu e quer iniciar uma campanha nacional pela redução do número de homicídios no Brasil. De cada cinco pessoas assassinadas no mundo, uma é brasileira, não podemos aceitar esse número como normal”, afirmou Lindbergh.
Durante a audiência pública o senador Omar Aziz (PSD), chamou atenção para a situação das fronteiras do Estado com países produtores de drogas, e pediu que a verba destinada à segurança pública não seja retida, uma vez que é necessário investir em tecnologias para combater o crime nas causas e consequência.
Caso Deusiane
Entre os casos a serem tratados na audiência pública, figura a morte da policial militar Deusiane Pinheiro, que foi morta no dia 1º de abril deste ano com um tiro na cabeça nas dependências do Batalhão Fluvial da PM. A princípio a morte da policial foi tratada como suicídio, no entanto, a família da vítima sustenta a versão de que a PM foi assassinada por um colega de farda.
Durante a audiência pública a deputada estadual Alessandra Campêlo (PCdoB) cobrou a federalização do caso Deusiane Pinheiro e solicitou proteção à família da policial militar morta no dia 1º de abril deste ano.
Na condição de presidente da Comissão da Mulher da Casa, ela quer uma atenção especial ao caso que é repleto de contradições no processo de investigação em âmbito estadual. “Esse caso precisa ser elucidado porque é impossível que, após cinco meses, não tenha sequer sido concluído o laudo do local do crime e da reconstituição dos fatos. Até hoje não foi feito o exame residuográfico do material colhido das mãos da policial Deusiane durante o seu velório. Dizem que é suicídio, mas há uma grande suspeita de homicídio”, disse Alessandra, justificando que a investigação das autoridades locais está desacreditada, daí o motivo para federalização do caso.
Alessandra também informou que já pediu, por meio da Comissão da Mulher, proteção à família da policial ao governador, ao secretário de segurança e ao Ministério Público Estadual. “Até o momento nenhuma providência foi tomada”, denunciou Alessandra, pedindo apoio dos senadores Omar Aziz (PSD) e Vanessa Grazziotin (PCdoB).









