Eleição à presidência da CMM será novo embate entre adversários do segundo turno em Manaus

Com eleição no dia 1º de janeiro de 2017, no mesmo dia da posse dos vereadores eleitos e reeleitos, a sucessão à presidência da CMM (Câmara Municipal de Manaus) segue o ritmo padrão de alternância de poder na política: os potenciais candidatos dissimulam a candidatura e, a dois meses e 22 dias do pleito, alegam ser muito cedo para falar do assunto.

O discurso é comum ao atual líder do prefeito reeleito Arthur Neto (PSDB), Elias Emanuel, e ao vereador reeleito e segundo mais votado no dia 2 de outubro (12.874 votos) Hiran Nicolau (PSD). O mais votado, João Luís (PRB), com 13.978 votos, exercerá o primeiro mandato. Marcelo Serafim (PSB), outro reeleito, também desconversa.

Além das declarações ensaiadas, há em comum entre eles o apoio aos candidatos que disputaram o segundo turno na capital: Arthur Neto e Marcelo Ramos (PR). O tucano Elias Emanuel e o atual presidente, Wilker Barreto (PHS), estão na linha de frente do grupo do prefeito para manter o comando da Casa com a bancada governista. Marcelo Serafim é filho do deputado estadual Serafim Corrêa, que se aliou a Marcelo Ramos no segundo turno. Hiran Nicolau é do partido do senador Omar Aziz, também aliado de Ramos. Nicolau, porém, é amigo de Arthur Neto com o qual a família do vereador mantém relação política duradoura.

Outro potencial candidato à cadeira de Wilker Barreto é João Luís, do partido do deputado federal Silas Câmara, que também declarou apoio a Marcelo Ramos no segundo turno reforçando o grupo que foi derrotado por Arthur Neto. Silas Câmara foi o terceiro mais votado à Prefeitura de Manaus, condição que o credencia a colocar o PRB na disputa à presidência da CMM para manter a Casa sob comando da oposição.

Nesse embate de forças políticas, Marcelo Serafim deu pistas sobre suas pretensões sem, no entanto, revelar se disputará o comando do legislativo municipal. “Continuarei fazendo oposição ferrenha ao prefeito reeleito. Vou aqui cumprir com a minha missão, vou apontar os erros que por ventura venham a acontecer e estarei sempre atento à gestão municipal, porque faço parte de um projeto maior”, disse o vereador, também se recusando a dizer qual seu projeto maior.

Pelo regimento da Casa, qualquer vereador pode se candidatar, mas historicamente os parlamentares mais votados nas eleições têm maior poder de conquistar apoio. Hiram Nicolau (PSD), que hoje é o 1º vice-presidente, desconversou. “Ninguém é candidato de si, isso é algo conversado com a base de sustentação na CMM e com o líder que é o prefeito. Esse assunto, por enquanto, não é pauta. Ainda está cedo e o cenário indefinido”, disse.

Elias Emanuel preferiu não dar declarações diretas. Usou a assessoria para se manifestar. “Ainda é cedo para falarmos sobre eleição para presidência da casa. Estamos focados em terminar esse terceiro mandato”, informou a assessoria do líder do prefeito.

Wilker Barreto também não se manifestou. Ele exerce o cargo de prefeito interior. Arthur Neto viajou para a Europa, em férias de 15 dias. O novo mandato na direção da CMM será para o biênio 2017/2018 e a formação da Mesa Diretora incluiu o presidente; o 1º, 2º, 3º vice-presidentes; Secretária Geral; 2º e 3º secretários; ouvidor e corregedor.

 

Fonte: AM Atual