Forte pressão faz governador adiar votação para aumentar a contribuição dos servidores

Após pressão dos servidores do Estado, o governador José Melo (PROS) recuou da proposta de aumentar gradativamente de 11% para 14% a contribuição dos servidores públicos para o Fundo Previdenciário do Estado do Amazonas (Amazonprev).

Segundo o deputado Belarmino Lins, líder do PROS na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), Melo  concordou para que a ALE aguarde o Congresso Nacional decidir, antes, sobre a matéria.

Para o presidente do Sindicato dos Fazendários do Amazonas (Sifam), Emerson Queirós,  o recuo do governador ocorreu após os servidores prometerem fazer manifestações contra o aumento da alíquota. “Um aumento da alíquota desta maneira não tem nenhum sentido, tem que ter um estudo prévio para isto. Acho que o governo do Estado acertou ao deixar isto de lado e a gente está atento para que  esta  proposta não avance porque ela é indecorosa”, disse.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Marcus Libório, o ato que os servidores realizaram na quarta-feira, 8, contra o aumento da alíquota foi essencial para a mudança de posição do governador. “Aquilo já foi um termômetro para o governo do Estado e também para o governo federal que também quer mexer na Previdência. A gente sabe que  este recuo é pontual, mas isto que está acontecendo que é, justamente, a fatura que os Estados e municípios estão pagando para o governo federal em troca de empréstimos e financiamentos do governo de Michel Temer”, disse.

O aumento da alíquota da Previdência pode ser mais uma conta que os servidores terão que pagar, além de estarem há três anos sem reajuste de salário, segundo o presidente do  Sindicato dos Trabalhadores Públicos de Saúde do Amazonas (Sindsaúde), Cleidinir Francisca do Socorro. “Os servidores farão outra manifestação, na próxima terça-feira, porque o governador já está se antecipando a esta reforma e os representantes dos servidores estão atentos contra este absurdo.  Diante deste quadro, aumentar a alíquota é prejudicar ainda mais os trabalhadores do Estado”, afirmou a presidente.

O vice-presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil no Amazonas (Sinpol-AM), Odirlei Araujo, afirmou que a categoria não está satisfeita com o recuo do governador e afirmou que apenas esta  medida não contempla os servidores. “Na verdade, nós queremos a  retirada do projeto de pauta. Dizem que não vão discutir porque não foi aprovada a reforma da Previdência, mas nós, servidores públicos, estamos preocupados também com   a reforma geral da previdência que está no Congresso Nacional. O nosso intuito é não aceitar a proposta de reforma que aí está. Nós temos um parecer independente, pago pelo Estado, dizendo que a nossa Previdência é equilibrada, não te problema de falta de recursos”, disse.

Os servidores aposentados e pensionistas do Estado terão que contribuir com mais dinheiro para bancar suas aposentadorias e pensões. Para isso, irão pagar contribuição maior ao Regime Próprio de Previdência do Amazonas (Amazonprev). A contribuição, que hoje é de 11%, passará para 12%, em 2018, e para 14%, em 2019.

O reajuste nas alíquotas está definido no Projeto de Lei Complementar nº 1/2017, do governo do Estado, que a ALE começou a analisar na segunda-feira, 6. O aumento, segundo o governo, é “para custeio do Programa de Previdência e constituição dos fundos estabelecidos pela presente Lei Complementar”. Ao mesmo tempo, o governo propõe perdão de multas de impostos como o ICMS que podem chegar a R$ 40 milhões.

 

 

 

Fonte: D24 AM