Governo pagou em 2016 63,2% a mais para empresa que administra presídios no Amazonas

Em 2015, a Umanizzare Gestão Prisional e Serviços Ltda., que administra presídios no Estado, recebeu R$ 199,9 milhões do Governo do Estado. No ano passado, foram pagos R$ 326,3 milhões à empresa. Em um ano de crise em que o governo teve dificuldades para fechar as contas, a empresa que administra o presídio da rebelião que matou 60 presos recebeu 63,23% a mais em 2016 do que no ano anterior.

A Umanizzare tem um contrato de 27 anos com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) em uma Parceria Público-Privada (PPP). O contrato pode ser prorrogado por até 35 anos. O valor pago à empresa só aumenta ano a ano. Em 2014, por exemplo, ela recebeu do Governo do Amazonas R$ 138,2 milhões, ante R$ 80,7 milhões pagos para a Conap (Companhia Nacional de Administração Prisional), que antecedeu a Umanizzare.

Fugas são comuns na gestão da empresa Umanizzare. Irregularidades nos presídios como reforma de celas pelos próprios presos também. É o caso de 25 delas descobertas no próprio Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em junho do ano passado, que foram destruídas. Presos de alta periculosidade também tinham frigobar, videogame, armário com alimentos, celulares e bebidas como whisky, além de drogas.

Entre 2010 a 2015, a Companhia Nacional de Administração Prisional (Conap) e a Umanizzare receberam R$ 493,3 milhões do governo do Estado. Desde 2014, a Umanizzare passou a administrar os presídios isoladamente. Os dados estão no Portal da Transparência do Governo do Amazonas (transparência.am.gov.br).

Veja a evolução dos gastos com presídios para a Conap e Umanizzare desde 2010:

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Foto e fonte: AM Atual