Grade serrada e fuga da Cadeia Pública Vidal Pessoa

A Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa registrou mais uma fuga. Na manhã desta segunda-feira (24), presos serraram a grade de uma das celas e fugiram da unidade. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap)  informou que quatro presos já foram recapturados, mas que ainda desconhece o total de fugitivos.

De acordo com a Seap, a fuga aconteceu por uma grade ao lado de uma das guaritas da unidade, que estava desmontada no momento da fuga. A Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) está apurando a conduta dos militares.

O titular da Seap, tenente-coronel Cleitman Coelho, entrou na unidade junto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, por volta de 9h, para o procedimento de revista e recontagem de presos para identificar quantos ainda estão foragidos.

No local, viaturas das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) e do Comando de Policiamento Especializado (CPE) reforçam a segurança no local. A PM realiza buscas por outros fugitivos.

‘Teresas’

Em imagens divulgadas pela Polícia Militar, é possível ver que, após serrarem as grades, os presos utilizaram uma ‘teresa’ (corda feira de lençóis) para fugir e deixaram uma toalha para esconder a grade serrada. Outra ‘teresa’ foi utilizada para que os presos pulassem o muro da cadeia.

 

Fuga em fevereiro

Na noite do dia 25 de fevereiro, 14 internos fugiram da unidade. Cinco fugitivos foram encontrados mortos no Distrito Industrial e Tarumã. São eles: Arlisson Matos Pereira, Breno Custódio de Jesus, Claudiomar Ribeiro de Sá, Douglas da Silva Costa e Edgar de Souza Ribeiro. 

Continuam foragidos os detentos: Elivaldo Silva da Costa, Janilson Monteiro da Frota, Jones dos Remédios Martins, José Augusto da Rocha Júnior e Paulo Guilherme Carvalho da Silva.

Cadeia reativada

A Cadeia Pública estava desativada desde outubro do ano passado, após intervenção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Durante mutirão carcerário realizado na unidade, em 2013, o CNJ pediu a desativação do prédio em decorrência da superlotação de detentos no local e pelas condições subumanas a que estavam os presos.

No entanto, a Vidal voltou a receber presos, no início deste ano, logo após o massacre que resultou na morte de 60 detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), da fuga no Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT), e das ameaças de morte de presos do Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM).

Em menos de uma semana e de forma emergencial, segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), 284 detentos voltaram a ocupar a unidade, que estava coberta por matos e totalmente deteriorada. Logo após a ocupação, no dia 8 de janeiro, quatro presos foram mortos durante uma rebelião. Além disso, a Cadeia Pública, nas semanas seguintes, foi palco para outros motins.

 

 

D24 AM