A passagem de um grupo de muçulmanos pelo Amazonas despertou curiosidade e gerou repercussão na internet. Imagens dos homens em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), vestidos com túnicas, circularam nas redes sociais. Segundo Mahmoud Amwas, um dos diretores do Centro Islâmico do Amazonas, os imigrantes são missionários paquistaneses.
“Esse grupo pediu ajuda para mostrar a eles os locais, os nomes das cidades, grandes cidades aqui no Amazonas e próximas a Manaus e onde tem grupos islâmicos, porque eles gostam de passar a palavra. Eles vêm para conversar com outros muçulmanos, pregar a palavra de Deus, aprofundar essas histórias”, disse.
Amwas disse que, diferente do que é difundido na internet, o grupo não está em Manaus para propagar a ampliar o número de mesquitas. “Por enquanto, não é isso que eles vieram fazer, até porque eles são muito simples”. De acordo com o diretor do Centro Islâmico, existem, hoje, em Manaus, entre 20 a 30 famílias muçulmanas.
Para se comunicar, o grupo de missionários, formado por oito homens, utilizam a língua inglesa já que não sabem falar português. Sem ser ligado a nenhuma instituição, segundo Amwas, o grupo chegou no Amazonas no dia 16 de abril e permaneceu por oito dias no Estado. Durante esse período, os imigrantes visitaram, além de Manaus, os municípios de Iranduba e Manacapuru.
Sobre a situação dos imigrantes no Estado, o delegado Pablo Oliva, da Delegacia de Imigração da PF (Polícia Federal) no Amazonas, informou que a Polícia Federal não distingue estrangeiros em decorrência de suas opções religiosas, circunstância que pode, inclusive, significar tratamento desigual ou preconceituoso, nos termos da Constituição Federal.
A Sejusc (Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania) informou, por meio da assessoria de comunicação, que não houve nenhuma demanda em relação ao grupo de muçulmanos, “nem da parte deles tem denúncia”.
Sobre o preconceito motivado, principalmente, devido a existência de grupo extremistas em países com maioria muçulmana, Mahmoud Amwas prega a tolerância. “Em 40, 50 anos que estamos aqui nunca houve brigas, sempre houve respeito dos brasileiros, dos árabes e dos muçulmanos, mas, no mundo inteiro, existe um pequeno grupo, não de xingar ou de brigar, mas de fazer brincadeiras, e a gente até entende essas brincadeiras, nunca foi algo maior (…) nós somos todos filhos de deus, somos dos irmãos, não tem que haver briga, preconceito, racismo, todo tipo de violência contra a pessoa, toda as religiões pregam a paz como a nossa também”, disse.
AM Atual