Machucou, bateu, lesionou: compressa quente ou compressa fria?

Fisioterapeuta explica qual a melhor alternativa em cada caso

Foto: divulgação

Quem já teve uma lesão muscular ou algum tipo de dor persistente,  bem provavelmente já recorreu a uma compressa para tentar aliviar o incômodo. Mas a pergunta que ninguém faz é: será que não seria melhor uma compressa de água quente? Boa parte da população não sabe diferenciar quais os efeitos de cada uma e em que ocasiões elas devem ser usadas?

A professora do curso de Fisioterapia da Wyden, Charlenne Monteiro dos Santos, explica que há uma diferença entre a finalidade de cada tipo de compressa. Segundo ela, compressas frias devem ser utilizadas em caso de traumas agudos, como entorses, pancadas, quedas ou pós-operatório de cirurgias ortopédicas.

“A compressa fria diminui os quadros de dor, inchaço e sangramento, além de controlar os níveis de inflamação no local. O resfriamento com aplicação de gelo, que nós chamamos tecnicamente de ‘crioterapia’, causa uma vasoconstrição, que é a redução do diâmetro dos vasos sanguíneos, diminuindo o processo inflamatório na região”, esclarece.

A fisioterapeuta reforça, ainda, a importância de proteger a pele durante o procedimento. “Nunca coloque o gelo diretamente sobre a pele, porque há o risco de causar queimaduras ou outras lesões. Coloque um pano, ataduras ou gazes no local da aplicação e, por cima, aplique o gelo. O tempo médio para que o organismo receba os benefícios do frio é de 20 a 30 minutos. A aplicação pode ser feita até três vezes por dia, dependendo da orientação médica”, orienta Charlenne.

Hora de Esquentar

E quando é melhor apelar para a água quente? A especialista explica que esse tipo de compressa é necessária nos casos em que se busca o relaxamento da musculatura, aumento do fluxo sanguíneo local e da mobilidade. Ou seja, a compressa de água quente ou morna é indicada para casos de alterações inflamatórias crônicas, como as tendinites, bursites e contraturas musculares, por exemplo.

“O calor ou termoterapia, como é chamado em termos técnicos, dilata os vasos, aumentando o fluxo sanguíneo. Esse efeito restringe o processo inflamatório, já que a grande quantidade de sangue correndo nos vasos recolhe e purifica os líquidos que vazaram e se acumularam em torno da região afetada após o trauma”, esclarece a fisioterapeuta.

Charlenne ressalta que, no caso desse tipo de compressa, não existe uma temperatura ideal: ela varia conforme a sensibilidade de cada indivíduo. “A orientação é que o paciente não queime a pele durante a aplicação e que esteja atento a qualquer alteração de sensibilidade que dificulte a percepção do calor. O tempo médio para que o organismo tenha os benefícios do calor é de 15 a 20 minutos e a aplicação também deve ser feita até três vezes ao dia, conforme orientação médica.”