Uma das pautas defendidas por ativistas em março, mês da mulher, é a equidade de gênero no mercado de trabalho. Pesquisa realizada pela consultoria Grant Thornton revela que somente um terço (38%) dos postos de liderança das empresas brasileiras eram ocupados por mulheres, em 2022. O estudo mostra a disparidade de gênero em comparação aos homens, mas também que 81% das 250 companhias entrevistadas estão usando novas formas de trabalho para criar um ambiente mais inclusivo para o talento feminino.
Essa tem sido a busca do Grupo Tapajós, empresa do setor farmacêutico com sede em Manaus e que está presente também em Rondônia, Roraima e Pará. Segundo dados da companhia, 67% dos cargos de liderança são chefiados por mulheres. Homens são 33%. As vagas incluem supervisores administrativos, supervisores de lojas, coordenadores e gerentes.
Na principal atividade fim da empresa, a farmácia, quem está à frente é uma mulher. “Sempre tive como objetivo crescer continuamente, mas o meu caminho até essa função foi uma grande surpresa positiva. E fico muito feliz de ser uma mulher nessa posição, porque também me inspirei em outras mulheres, então vejo como a representatividade importa”, afirma a coordenadora farmacêutica do Grupo, Sabrine Cordeiro.
Segundo ela, a companhia possui atualmente 351 farmacêuticos, sendo 80,6% mulheres e 19,37% homens. “Sinto muito orgulho de representar essa classe, na mesma medida em que compreendo a responsabilidade da minha função”, ressalta a profissional.
Crescimento
Outro cargo de destaque na empresa é o de gerente de franquia, responsável por um dos principais eixos do Grupo Tapajós. Quem está à frente da função é a administradora Suelen Oliveira. Ela ingressou na companhia em 2011, no cargo de subgerente de loja. Com o tempo, as oportunidades a levaram a ser gerente de loja e supervisora de vendas, até chegar ao cargo atual.
“Eu lembro de ter concorrido para essa vaga com um homem. Considero muito importante estar nessa função, pois sabemos que esses cargos são geralmente ocupados por eles, apesar de que quando nós, mulheres, estamos em cargos de liderança, os resultados podem ser igualmente bons. Inclusive, acabamos nos tornando influenciadoras, inspiradoras para outras mulheres da nossa empresa”, comenta.
Esse pensamento é similar ao da gerente jurídica do Grupo Tapajós, Luana Cruz. Ela é responsável por todas as demandas judiciais da companhia. “Acredito que quando nos deparamos com uma mulher em posição de gestão, deixamos explícito que é possível outras terem o mesmo destaque profissional, independente do gênero”, reflete.
Ela lembra que já foi alvo de atitudes machistas em diferentes ocasiões ao longo dos 12 anos de profissão. “Procurei não dar muita atenção a isso nessa minha trajetória como advogada, mas já tive minha capacidade questionada de diferentes formas”, conta.
Prioridade
Uma pesquisa global realizada pelo Institute for Business Value revelou que as empresas experimentam um aumento de taxa de receita de 61% quando colocam como prioridade o avanço de mulheres nos negócios. O levantamento ouviu três mil empresas dos Estados Unidos no quatro trimestre de 2021.
Segundo a gerente de Recursos Humanos do Grupo Tapajós, Rosane Sousa, a presença feminina é maior até mesmo no quadro geral da empresa, visto que 54% dos colaboradores são mulheres. Por esse motivo, ela afirma que naturalmente as posições de liderança são alcançadas por elas.
“Acredito que isso aconteça em razão da área em que trabalhamos, já que o setor de saúde tem uma forte presença feminina. O próprio setor farmacêutico tem muitas mulheres, então temos muitas na empresa que chegam a cargos de liderança”, comenta.
Outro fator que contribui para o destaque das mulheres na empresa é a seleção para cargos de liderança, seja no setor de varejo ou administrativo. “O nosso processo para preenchimento de vagas não faz qualquer diferenciação de candidatos e candidatas. Gostamos sempre de ressaltar que o que vai fazer a diferença é a competência de cada um”, pontua.