*Osvaldo Luiz
Domingo já é Natal. Nossa Igreja se preparou durante semanas para acolher o Senhor que vem. O Advento nos prepara para essa grande festa, lembrando que Jesus virá uma segunda vez.
Monsenhor Jonas Abib, fundador da Canção Nova, que completaria 86 anos neste dia 21, bem que poderia ser chamado de “padre do advento”. Além da alegria do Natal, ele anunciava com insistência a segunda vinda de Cristo.
Padre Jonas sempre viveu esta época com empolgação. Lembro-me dos chamados “Natal com os pobres”, quando, após a missa, colocava um gorro vermelho e organizava a entrega de cestas básicas e um almoço para os mais carentes, em Cachoeira Paulista (SP).
O sacerdote, falecido no dia de Nossa Senhora de Guadalupe, 12 de dezembro, aguardava ansiosamente a vinda definitiva de Jesus. Sonhava com o que será o ponto alto da história humana: Jesus sendo avistado entre as nuvens, voltando para libertar os povos da terra de todos seus males e sofrimentos.
Vivia nessa expectativa. Tinha, por isso, pressa, melhor dizendo, foco. Pregava, cantava, vivia a necessidade de nos prepararmos para esse momento, com vidas transformadas, vivendo a bondade, a misericórdia e a fé.
Como o apóstolo Paulo, monsenhor Jonas de certo pensava: “viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é ganho” (Cf. Fl 1,21). Mas, no momento mais difícil da doença que enfrentava, ele demonstrou tamanha força e vontade de viver, lutando até o fim. Seria uma contradição?
A cofundadora da Comunidade Canção Nova, Luzia Santiago, que o acompanhou por mais de 40 anos, testemunhou, antes do seu sepultamento, um dos motivos: monsenhor Jonas entendia que sua missão ainda não tinha terminado. O discípulo Jonas desejava muito se encontrar com Jesus, mas o missionário Abib pensava nos seus irmãos de Comunidade e em tantos fiéis que ainda precisavam de sua presença de pastor.
Jonas Abib vive agora seu primeiro Natal pleno e, se prestarmos atenção, poderemos ainda escutar o eco de uma frase por ele tantas vezes repetida: “Natal feliz é Natal com Cristo!”
* Osvaldo Luiz é jornalista, trabalha há 32 anos na Canção Nova e escreveu o livro “A Vida é Caminhar”, que relata fatos da década de 1970 da vida de Padre Jonas Abib.