Novembro azul: desafios e avanços no combate ao câncer de próstata no Brasil

Foto: Freepik

O câncer de próstata é uma das doenças mais comuns entre os homens no Brasil, mas a adesão aos exames preventivos ainda enfrenta barreiras significativas, como preconceitos, medos e a falta de informação. Muitas vezes, o receio do exame de toque retal e a desinformação sobre os riscos da doença contribuem para a baixa procura por diagnósticos regulares, apesar das campanhas de conscientização, como o Novembro Azul, que tem feito avanços importantes, ao reforçar a importância da prevenção.

As projeções do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que o Brasil deve registrar cerca de 71.739 novos casos de câncer de próstata por ano entre 2023 e 2025, enquanto o Amazonas espera aproximadamente 5.450 ocorrências anuais. Esse câncer é a segunda maior causa de morte por câncer entre homens no país, tornando ainda mais urgente a necessidade de superar as barreiras ao diagnóstico precoce.

Além do exame de toque retal, essencial para avaliar a próstata, o teste de PSA (Antígeno Prostático Específico) tem se tornado cada vez mais acessível, inclusive em farmácias. Trata-se de uma proteína produzida pela próstata e, quando presente em níveis elevados no sangue, pode ser um indicativo de alterações na glândula, como inflamação ou até mesmo câncer.

“O PSA é um marcador importante e o teste de farmácia facilita o acesso inicial à investigação da saúde da próstata, pois pode ser realizado rapidamente e sem a necessidade de agendamento”, explica o farmacêutico Jhonata Vasconcelos, supervisor da rede Santo Remédio. Ele reforça, no entanto, que este exame não elimina a necessidade de consulta com um urologista, essencial para a análise completa e acompanhamento necessário em caso de alteração nos níveis de PSA.

“As farmácias têm investido cada vez mais para disponibilizar mais serviços de saúde seguros à população e a oferta do exame de PSA está incluída nisso. Os farmacêuticos são habilitados para passar informações introdutórias aos pacientes com dúvidas, mas isso não substitui a orientação de um especialista”, comenta.

Orientações e fatores de risco

Para homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, como histórico familiar ou obesidade, e para aqueles acima de 50 anos sem fatores de risco, o Ministério da Saúde recomenda a conversa com um urologista para avaliar a necessidade de exames de rastreamento. Homens negros também apresentam maior incidência da doença em comparação com outras etnias, segundo o Ministério.

Na fase inicial, o câncer de próstata geralmente é assintomático, o que reforça a importância de exames periódicos. Quando em estágio avançado, podem surgir sintomas como dor óssea, desconforto ao urinar, necessidade frequente de urinar e presença de sangue na urina ou no sêmen. O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento eficaz e aumenta as chances de cura.

O Instituto Nacional de Câncer recomenda que medidas como a manutenção do peso adequado, prática regular de atividades físicas, uma alimentação saudável e a moderação no consumo de álcool e tabaco sejam adotadas. Essas práticas, além de reduzirem o risco de câncer de próstata avançado, contribuem para a prevenção de outras doenças crônicas.