Pesquisa aponta que 46% consumidores não poderão pagar dívida em três meses

Quase metade dos consumidores (46%) com dívidas em atraso não terão condições de quitar os débitos, pelo menos, pelos próximos três meses, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Em Manaus, o estoque de inadimplentes atingiu 360 mil pessoas. Roupas, calçados e eletrodomésticos estão entre as principais compras que levaram os consumidores a dar calote, de acordo com o SPC Brasil.

Perda de emprego (28,2%) e diminuição da renda (14,8%) foram os motivo que levaram os consumidores a não honrar seus compromissos financeiros na data acordada com o credor.

Já o descontrole financeiro e a falta de planejamento orçamentário como explicações para a inadimplência entraram numa porcentagem menor na pesquisa, com apenas 9,6% atribuindo a estas respostas a razão para terem se tornado inadimplentes. O empréstimo do nome para compras feitas por terceiros explica o nome sujo de 9,3% dos entrevistados.

Os compromissos que mais se encontram em dia, são aluguel (94,9%), plano de saúde (91,8%) e condomínio (91,3%). Considerando as contas em atraso, as principais estão relacionadas a serviços de crédito como empréstimo em bancos ou financeiras (89,6%), parcelas do cartão de loja (83,9%), cartão de crédito (74,9%) e contas de crediário e carnês (68,7%). No geral, todas essas pendências em atraso estão nessa situação há mais de um ano.

A iminência de corte de serviços de necessidade básica quando há atraso no pagamento pode ser um motivo para que essas contas tenham menor percentual de atraso em relação às dívidas bancárias, aponta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “A pessoa não tem como pagar tudo; então, elege prioridades como o aluguel e o plano de saúde, por exemplo. Já o pagamento das contas relacionadas ao crédito bancário, por terem, em geral valores mais altos e por conta do momento econômico desfavorável, pode ser adiado”, disse.