Plataforma AMA lança em Manaus projeto de limpeza de igarapés

A plataforma AMA – Agentes do Meio Ambiente, com apoio do Coletivo Manaus Lixo Zero, iniciou este mês um projeto piloto de Zeladoria Fluvial do Igarapé do Gigante, no bairro Tarumã. O projeto prevê a realização semanal de ações de coleta de resíduos jogados no igarapé, com a participação da própria comunidade, além de atividades de conscientização sobre os cuidados com o meio ambiente.

A intenção é estender esse trabalho, posteriormente, para outros igarapés da cidade, conforme explica o embaixador local do Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), biólogo Daniel Santos, que também faz parte do Coletivo Manaus Lixo Zero.

O AMA é uma rede colaborativa que une a comunidade em prol de ações sustentáveis, já presente em algumas cidades do Brasil, como Florianópolis, capital de Santa Catarina. Os próprios moradores dos bairros são os agentes responsáveis pela limpeza, reciclagem e educação ambiental dos vizinhos nos lugares em que residem. Cada zelador é responsável por uma micro área na sua comunidade.

O projeto piloto no Igarapé do Gigante conta, na equipe de agentes, com a líder da comunidade flutuante Marina do Davi, Sara Guedes, e a também embaixadora do ILZB em Manaus, Almira Neta.

Almira Neta explica que, duas vezes por semana, a zeladora Sara Guedes desloca-se de barco ao longo do igarapé, coletando lixos flutuantes e registrando a quantidade recolhida, através de um aplicativo móvel. “Essa tecnologia permite o registro das atividades através de mapas de calor, com fotos georreferenciadas e tags, como antes da coleta, depois da coleta. Através de uma plataforma na web, faço o monitoramento do projeto, avalio as ações executadas e a pesagem dos resíduos coletados, gerando um relatório”, detalhou.

Segundo ela, a previsão para o mês de agosto é de nove dias de coletas, das quais três já foram realizadas, o que gerou um total de 478 quilos de lixos retirados do igarapé do Gigante. Com estes dados a probabilidade é que se chegue a 1, 5 toneladas no final deste primeiro ciclo.

“Paralelo a isso, nossa intenção é iniciar um trabalho de conscientização e educação ambiental com a comunidade. O ideal era que os resíduos não fossem jogados no igarapé e virassem lixo, mas todos sabemos da realidade dos igarapés da cidade. O projeto quer justamente inserir a comunidade como parte da solução e que sejam capazes de identificar suas responsabilidades na geração desta problemática. Somente dessa forma teremos uma mudança concreta”, destacou.

Almira ressalta que os igarapés funcionam como corredores ecológicos, que permitem o fluxo das espécies de animais e vegetais.  O igarapé do Gigante é um dos afluentes do rio Tarumã-Açu, na zona Oeste de Manaus, e tem sido consumido pelo acúmulo de resíduos flutuantes, provenientes do crescimento desenfreado da malha urbana próxima ao rio. “É urgente que todos se envolvam no processo de recuperação deste e dos demais igarapés da cidade”, frisou.

Para saber mais sobre o projeto basta acessar as redes sociais @agentesdomeioambiente, @almiraneta_ e @manaus_lixo_zero e o site www.cidadeama.com.br.