Secretaria de Segurança Pública comandou a Operação Presença para inibir a violência, mas população continua em pânico

Karine Pantoja

Repórter do Portal Jander Vieira

 

Após três dias de constantes assassinatos e de uma onda de pavor pousar sobre a capital, teve início desta terça-feira (21) uma operação de segurança que visa inibir o alto índice de violência em Manaus. A Operação Presença foi realizada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) com o apoio das policias Civil e Militar e levou as ruas cerca de 700 policiais.

De acordo com a SSP os policiais foram divididos em três grupos e enviados a todos os locais onde ocorreram os assassinatos. Durante as abordagens, os agentes realizavam revistas em carros e motos.

Segundo o Secretário de Segurança Pública (SSP-AM), Sérgio Fontes, a operação já traz pontos positivos, visto que na madrugada de segunda para terça nenhum homicídio foi registrado na capital. “Procuramos nos manter nas ruas para buscar a diminuição da violência e nesse sentido obtivemos sucesso”, destacou Fontes.

Ainda conforme o secretário a ação deve permanecer por toda a semana, até que a população se sinta segura, o que não tem acontecido mesmo com a presença dos polícias nas ruas.

A industriaria Francisca Oliveira, 42, afirma que nem sempre ver a polícia na rua é sinal de segurança. “É claro que o que queremos é o mínimo de proteção para as nossas famílias, mas não sabemos em quem confiar, os noticiários mostram que a

maioria das mortes podem ter sido cometidas por policiais e por isso a sensação de pavor nas ruas ainda permanece”, disse.

Vale ressaltar que esse tipo de estratégia é antiga e costumava ser muito utilizada pelo ex-secretário de Segurança Klinger Costa (falecido), sendo considerada ultrapassada por alguns especialistas em controle e gestão de crise na segurança pública. Por sua vez, a sensação de que existem grupos de extermínio espalhados pela cidade de Manaus é alarmante e a questão precisa de uma resposta mais concreta e objetiva por parte das autoridades. Essa semana será crucial para o destino desse verdadeiro “bang bang” que explodiu nos últimos cinco dias.

No momento espera-se ao menos um pronunciamento do governador José Melo, cujo silêncio em meio a tamanha crise tem causado muita preocupação na população, haja vista que o comandante das polícias estaduais é o principal responsável pela segurança pública e precisa dar uma resposta a sociedade amazonense.

Mortes

A série de assassinatos aconteceram entre a sexta-feira (17) e a segunda-feira (20), ao todo foram 36 homicídios, a maioria por arma de fogo e com armas de uso restrito da polícia. Acredita-se que o estopim da chacina tenha sido o assassinato do sargento da Polícia Militar, Afonso Camacho, vítima de um latrocínio.

 

Crédito da foto: Nathalie Brasil/ Secom