Sequestro virtual no DF

Ao menos três escritórios de advocacia do Distrito Federal foram alvos de bandidos virtuais que “sequestraram” dados de computadores como processos, petições etc. Os hackers usaram um vírus para criptografar os arquivos e pedem um “resgate” para desfazer o malfeito, devolvendo os arquivos.

Uma das vítimas é o escritório Wilfrido Augusto Marques Advogados Associados. Segundo a advogada Renata Pagy, na tarde de quinta (2) os funcionários tentaram salvar documentos, mas não tinham as “extensões (tipos) normais”. Descobriram a presença do vírus após acionarem o suporte técnico. “Ele criptografava, travava qualquer tipo de mobilização. Nosso sistema é em rede e todos os arquivos foram atingidos”, explicou.

Segundo a advogada, o vírus (cerber criptor) é poderoso e não foi detectado pelos programas de proteção. “Os anti-vírus não rastreiam, eles entram sorrateiramente”. Pagy explicou que o escritório recebeu uma carta de resgate, com instruções sobre como proceder para recuperar os arquivos. “Há uma validade e o valor sobe conforme os dias passam. Não vamos aceitar”, avisou. A advogada acredita que o ataque é mundial e que, aqui no DF, pelo menos cinco escritórios foram atingidos.

Para evitar novas vítimas, o escritório acionou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) para divulgar a informação entre os escritórios do País. O secretário-geral da Caixa de Assistência da OAB-DF, Maximiliam Patriota Carneiro, explicou que há relatos de dois casos de escritórios invadidos e um terceiro confirmado. Um deles é o da comnhecida advogada Fernanda Hernandez.

“Mandaram (do escritório Wilfrido) um email hoje (3) para a presidência, mas o presidente não recebeu”, disse. Segundo ele, um conselheiro vai acompanhar um representante do escritório para formalizar um boletim de ocorrência na Polícia Federal. A OAB aguarda o contato dos outros dois escritórios para o mesmo procedimento. Ainda de acordo com Carneiro, pelo menos seis marmorarias no DF também foram alvos dos hackers.