A pouco mais de um mês da sessão que definirá a nova Mesa Diretora da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), o cargo de presidente é disputado por sete deputados, número de candidatos até esta quarta-feira, 9. A diversidade de candidaturas tende a atrair a conversão de grupos assim que os caciques políticos, ainda ressaqueados da eleição municipal, começarem articulação de olho no comando do poder legislativo.
Os postulantes ao cargo são David Almeida (PSD), Bosco Saraiva (PSDB), Belarmino Lins (Pros), Sidney Leite (Pros), José Ricardo (PT), Sinésio Campos (PT) e Alessandra Campêlo (PMDB). A base do governador José Melo (Pros) tem pelo menos três candidatos, sendo dois do partido dele, o Pros. O PT apresentou na quarta-feira duas candidaturas. E o novo grupo político liderado por Eduardo Braga (PMDB) e Arthur Virgílio Neto (PSDB) tem dois candidatos postos.
Poder
Para os caciques políticos que disputam os espaços de poder no Estado do Amazonas, a influência sobre o comando da ALE é importante porque, além de decisiva para a governabilidade do executivo estadual, é o palco de uma possível eleição indireta para governador do Estado. A eventual eleição indireta pode ocorrer caso o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) confirme a cassação do governador José Melo após o segundo ano de mandato.
Se os grupos políticos firmarem nova queda de braço, polarizando a disputa desta vez pela ALE, a eleição para presidente da assembleia será uma sinalização clara do que pode ocorrer em caso de eleição indireta para governador.
Para os deputados estaduais, a presidência da ALE-AM significa um exercício mais pleno do poder em relação às limitações do cargo parlamentar por dar maior trânsito no Governo e por nas mãos do presidente a gestão de um orçamento que em 2016 foi de R$ 264,8 milhões.
Para se ter ideia de como a presidência dá um “up” na carreira política, nas Eleições 2014, dos cinco deputados mais votados, três eram ex-presidentes que se reelegeram com folga de votos: Josué Neto (PSD), Ricardo Nicolau (PSD) e Berlarmino Lins.
Órbitas e votos
A eleição da mesa diretora da ALE, que tem como principal vaga a de presidente, é interna. Portanto, só os 24 deputados votam. Além das candidaturas pulverizadas, os seletos eleitores também estão espalhados em diferentes órbitas.
O senador Eduardo Braga (PMDB) tem em sua órbita os deputados do PMDB Wanderley Dallas, Vicente Lopes e Alessandra Campêlo, além de Adjuto Afonso (PDT), que desde a cassação de Melo no TRE do Amazonas começou a trilhar seus passos rumo ao ex-governador.
Do grupo, Alessandra Campelo manifestou interesse em ser presidente da casa, disputa que nem mesmos seus aliados mais próximos creem que ela tenha fôlego para entrar. O anúncio sequer foi enviado por sua assessoria à imprensa, depois de feito em plenário, na quarta.
O antigo inimigo e agora aliado de Braga, Arthur Neto, em tese, tem em sua órbita os deputados do PSDB, Bi Garcia e Bosco Saraiva. No PSDB, a base de Arthur aparentemente parece mais dividida que a de Melo. Os dois se distanciaram do tucano durante a disputa pela Prefeitura de Manaus e sequer compareceram à festa da vitória.
Porém, Arthur poderia ter influência sobre outros dois votos: de Ricardo Nicolau (PSD) e Francisco Souza (PSC). Nicolau participou ativamente da campanha do tucano, e o irmão dele, o vereador Iram Nicolau (PSD), é cotado como um dos candidatos à presidência da CMM (Câmara Municipal de Manaus).
Souza não esconde de ninguém ter uma dívida de gratidão com o tucano, que teria o ajudado quando seu mandato esteve ameaçado, em 2010.
Mesmo com a indefinição do PSDB, Bosco Saraiva se destaca na disputa pelo trânsito entre os deputados antigos e novos. Tem boa relação e simpatia dos parlamentares de oposição e da base.
A possibilidade conversão deste grupo, neste formato, poderia somar oito votos.









