Desde o final do século XIX e início do século XX a região Norte do Brasil recebe navios vindos da Síria, com imigrantes ilegais, os quais deixaram o oriente em busca de melhores oportunidades. O Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá possuem famílias descendentes de sírios que chegaram ao Brasil de navio. Muitos ainda são grandes comerciantes nas principais cidades do Norte, inclusive Manaus. Um patriarca dessas famílias sírias contou ao editor-chefe que esse tipo de fuga já dura mais de cem anos. E por que isso acontece? São muitas e complexas as razões. Há questões religiosas, econômicas e culturais por detrás desse movimento migratório ilegal antigo. Desde antes de 1900 nossos “patrícios” entravam no Brasil muitas vezes sem qualquer documento de identificação, sem conhecer o idioma e sem convite de emprego, diz o patriarca que preferiu não de identificar.
“Eu nasci dentro de um navio, pois meus pais fugiram para o Brasil quando minha mãe já estava grávida e como a viagem era muito longa, eu nasci no alto mar”. Com documento de brasileiro, com mais de 80 anos ele ainda teme ser obrigado a deixar o país. Diz que “não volta mais para Síria porque não tem mais ninguém por lá e toda sua tribo já morreu”.
Ele tem uma tatuagem no punho em forma de borboleta e diz que as famílias se organizavam de forma semelhante às tribos.
Mas como ele, muitos sobreviveram à viagem, ao contrário de pelo menos 12 imigrantes sírios que fugiam do Estado Islâmico e da guerra civil no país, entre eles oito crianças, que morreram nesta quarta-feira na costa da Turquia, quando tentavam cruzar o Mar Egeu e chegar à Grécia. Um bebê de nove meses e crianças de entre um ano e meio e 11 anos estavam entre os mortos, segundo relatório da autópsia citado pela imprensa internacional. A imagem chocante da criança morta afogada percorreu o mundo e provocou revolta nas redes sociais.
A foto do bebê encontrado morto deve se tornar um símbolo do drama dos refugiados que tentam chegar à Europa fugindo de conflitos e da pobreza no Oriente Médio e no norte da África. A tragédia causou comoção na Turquia e as imagens do bebê afogado na praia se disseminaram rapidamente. Milhares de usuários usaram as redes sociais para lamentar o custo humano da crise imigratória. A metralhadora giratória em busca dos culpados continua cuspindo bala em todas as direções. Oremos!









