Torneio SESI de Robótica reúne inovações sustentáveis

Foto: divulgação

Começou nesta sexta-feira (15) a 12ª edição do Torneio Regional de Robótica First Lego League (FLL) no Salão de Eventos do SESI Clube do Trabalhador (Av. Cosme Ferreira, 7399 – São José). O evento, que encerra neste sábado (16), acontece pela primeira vez, simultaneamente, com a Feira de Ciências e Inovações Educacionais do SESI (Feciens) e é aberto ao público, das 9h às 18h.

O torneio reúne 233 alunos, 84 técnicos e 42 equipes, sendo 35 do Amazonas, cinco de Roraima e duas de Rondônia, com competições e exposições das diferentes categorias de robótica, além de oficinas e atividades interativas.

“Foi uma longa etapa de preparo, estudos, pesquisas de campo, em parceria com as universidades, como a UEA (Universidade do Estado do Amazonas) que está presente aqui conosco para compartilhar conhecimento para que os jovens entreguem soluções, não só para o segmento da indústria, mas também para o segmento de serviços e o setor primário. Queremos mostrar que a educação não tem fronteiras e que o conhecimento é cada vez mais levado pelo SESI, por meio desses jovens talentos, que são os responsáveis pelo nosso futuro”, afirma a superintendente do SESI Amazonas, Rosana Vasconcelos, ao ressaltar a parceria da instituição com projetos sociais dentro da comunidade escolar.

Com a temática voltada para os oceanos, a competição de robótica deste ano recebeu a denominação de “Submerged” e desafiou os participantes a explorar a vida no fundo dos mares por meio da ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática (STEAM). O objetivo da competição é que os alunos, além de trabalharem em seus robôs, possam projetar e construir um mundo melhor, com oceanos saudáveis e soluções inovadoras.

A equipe IRobot, do Centro de Ciências, Tecnologia e Inovação da cidade de Boa Vista (RR) trouxe para o torneio o projeto que visa retirar o petróleo da água dos mares, para preservação de fitoplânctons.  “Nós idealizamos uma estrutura magnética para retirar o petróleo ultra-viscoso, que acaba caindo nos oceanos. Nossa proposta é usar eletroímãs em uma resina para concentrar o petróleo e aplicar o magnetismo da nossa estrutura para retirar os resíduos da água com maior facilidade, ajudando a vida marinha”, revela o membro da equipe, Guilherme Freitas, de 14 anos.

Vinda de Vilhena (RO), a equipe Elever, campeã em outros torneios regionais, veio esse ano com um projeto de inovação voltado para retirada de sacolas plásticas do oceano. De acordo com a integrante, Thalyta Lipke, de 14 anos, após realizar algumas pesquisas a equipe encontrou um material que é usado em bordados e que ao entrar em contato com a água dissolve com facilidade. “A partir disso, nós criamos a ‘BioBag’, um saco hidrossolúvel com a intenção de reduzir o impacto ambiental das sacolas feitas de petróleo”, esclarece a estudante.

Representando a SESI Escola de Referência dra. Emina B. Mustafa, a equipe “Encantados”, idealizou um projeto pensando na segurança de mergulhadores. “O kit S.O.S Encantados conta com controles de rastreamento, bandeirola para sinalização, ok toque aquáticos, entre outros recursos. Nosso objetivo é transformar essas inovações em equipamentos de proteção individual (EPI)”, detalha o membro da equipe, João Oliveira, de 15 anos.

Inovações Sustentáveis na Feciens

Pensando na bioeconomia, os alunos do Centro de Educação de Tempo Integral José de Araújo Rodrigues, localizado no município de

Codajás/AM, trouxeram para Feira de Ciências e Inovações Educacionais do SESI a análise da paina da munguba, uma planta de fácil adaptação, principalmente na região amazônica, para confecção de gaze hospitalar e fibra de absorção para remover esmalte em unha.

“As coletas do fruto da munguba foram realizadas no mês de agosto desde ano de 2024. No total foram coletados seis frutos, para realizar a primeira fase do projeto. No processo da extração da paina após o corte no fruto, a paina deve ser extraída por completo do fruto para não entrar em processo de decomposição como a casca”, relata o aluno, Marcos Pinheiro.

Com objetivo de usar a resina do breu branco e o resíduo da castanha do Brasil, como proposta de confeccionar sacolas biodegradáveis, a aluna do 2º ano da Escola Estadual Getúlio Vargas de Beruri (AM), Mirela Mady, explica que a iniciativa da equipe é promover o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente corretas em seu município.

A feira reuniu 36 projetos finalistas desenvolvidos por alunos de diferentes escolas, com apoio da Associação Brasileira de Química (ABQ), da Escola Superior de Tecnologia (EST) da Universidade Federal do Amazonas (UEA) e da Olimpíada Nacional de Ciências (ONC).