Um ‘Deus nos acuda’: ‘mortes a esclarecer’ crescem 128% em 2015, no Amazonas

As ‘mortes a esclarecer’ cresceram 128% no Amazonas, em 2015. Os números constam no 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (03). O relatório apontou, ainda, que os latrocínios (roubos seguidos de morte) tiveram alta de 68%. No ano passado, o Estado registrou, em média, um homicídio doloso (quando há intenção de matar) a cada oito horas. A pesquisa, coordenada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, leva em consideração os anos de 2014 e 2015.

De acordo com o secretário de Estado de Segurança Pública (SSP), Sérgio Fontes, os crimes de homicídio sem esclarecimentos possuem conexão com a prática da pistolagem. “A delegacia de homicídios tem muitos casos e, mesmo assim, eu acho um bom índice de crimes solucionados. Este ano, já baixamos em 29% o número de homicídios até outubro e esses não foram esclarecidos ainda, porque são homicídios de pistolagem, dois caras na moto vão lá e matam. São muitos crimes desta natureza para pouco efetivo”, justificou.

Somados, os crimes de homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte resultaram em 1.415 crimes letais no Estado, 20% a mais do que o registrado em 2014, quando o Amazonas teve 1.171 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Ainda em 2015, a taxa de CLVI, por 100 mil habitantes, segundo o Anuário, foi de 39,9, maior que a média nacional de 27,2.

As mortes decorrentes de intervenção policial, segundo o anuário, cresceram 50% no Estado. No ano passado, foram notificadas 45 mortes. Desse total, 30 foram cometidos por Policiais Militares (PMs) em serviço. De acordo com a pesquisa, em 2014, a proporção era maior: dos 30 homicídios cometidos por autoridades de segurança pública, 80% das mortes partiram de PMs em serviço. Em 2015, essa proporção foi de 66%.