A crise política nacional, os desdobramentos da Operação Lava Jato, a roubalheira na Petrobras, a economia em deterioração e as irregularidades em contratos em empréstimos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiram aquele que parecia inimputável, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha revela que quase metade dos entrevistados (47%) não votaria de jeito nenhum no ex-presidente.
É uma taxa inferior apenas a atribuída a Ulysses Guimarães (1916-1992) em pesquisas feitas em 1989, quando disputou a Presidência pelo PMDB. Em agosto daquele ano, Ulysses amargou 52% de rejeição, recorde até hoje.
Principal partido de oposição ao governo da fragilizada presidente Dilma Rousseff, o PSDB venceria, caso as eleições fossem realizadas hoje, com o senador Aécio Neves (MG), candidato derrota na eleição de 2014. O tucano lidera com 31%, mas tinha 35% na pesquisa anterior.
De acordo com a pesquisa, a ex-ministra Marina Silva (Rede), aparentemente fora de combate e em terceiro na disputa pela Presidência em 2014, parece a principal beneficiada da crise política. Na simulação com Aécio Neves, Marina avançou três pontos (de 18% para 21%) e agora aparece tecnicamente empatada com Lula (22%) na segunda posição.
Quando o candidato do PSDB é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Marina lidera isolada com 28%, seis pontos a mais que Lula (que caiu quatro desde junho) e dez a mais que o tucano (que oscilou dois para baixo). Aécio é rejeitado por 24% atualmente; o vice Michel Temer (PMDB), por 22%. Alckmin e Marina, por 17%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 26 com 3.541 entrevistas. A margem de erro de dois pontos, para mais ou para menos.