O número de eleitores que não compareceram às urnas no segundo turno do pleito suplementar para o governo do Amazonas neste domingo (27), somado aos votos brancos e nulos, foi de mais de um milhão de pessoas, o que significa quase 50% das pessoas aptas para votar no estado. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A soma do total de abstenções, brancos e nulos é superior às votações do governador eleito, Amazonino Mendes (PDT), e do candidato derrotado, Eduardo Braga (PMDB). No total, foram 70.441 (4,06%) votos brancos, 342.280 (19,73%) nulos e 603.914 (25,82%) abstenções, somando 1.016.635 (49,61%). Amazonino teve 782.933 votos (59,21%) e Braga, 539.318 (40,79%).
Número de abstenções
Nas eleições de 2016, o número de eleitores que não compareceram às urnas no segundo turno das eleições municipais, somado aos votos brancos e nulos, foi de aproximadamente 10,7 milhões de pessoas – ou 32,5% do eleitorado.
À época, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, disse que que não se deve supervalorizar o número de ausentes, já que “impropriedades” podem ser encontradas na contagem dos eleitores.
“Onde tem biometria, temos índice menor de abstenção. Pessoas que mudam de cidade sem mudar o domicílio eleitoral, isso acaba contaminando os dados”, afirmou. De acordo com o ministro, o cadastro da Justiça Eleitoral não excluía eleitores que faleceram desde maio daquele ano. “Não está atualizado”, explicou Mendes.
Para ele, é equivocada a avaliação de que o elevado índice de abstenções se deve ao fato de o voto ser obrigatório. “Não há dificuldade para se fazer justificativa. A multa que se aplica é quase simbólica, está em R$ 3”, afirmou.
“Esse problema não é um fenômeno local e nem uma decorrência dos candidatos. A verdade é que o desencanto nacional com o processo político é o grande responsável [pelos índices de abstenções e nulos]”, avaliou Amazonino.
(G1 AM)