Baixa cobertura vacinal contra o HPV no Brasil preocupa ginecologista

Imunizante previne das verrugas genitais, lesões pré-cancerosas, câncer do colo do útero e genitais, entre outras doenças

Foto: divulgação

Dados do Ministério da Saúde apontam que muitos brasileiros não estão procurando os postos de saúde para tomarem a dose do imunizante contra o vírus do Papiloma Humano (HPV). A baixa procura favorece os casos de câncer de colo de útero, câncer de ânus e outras neoplasias malignas no pênis, vagina, vulva, boca e garganta. O mês de março é dedicado ao enfrentamento do câncer de colo de útero e visa conscientizar a sociedade sobre a importância das formas de prevenção da doença.

Comparando os números de 2019 com 2022 a cobertura vacinal caiu, no país. Enquanto no primeiro ano foram 87,08% de meninas entre 9 e 14 anos com a primeira dose da vacina, no segundo ano a taxa caiu para 75,81%. Já os meninos representavam 61,55%, dos que receberam o imunizante em 2019, passando para 52,16%, em 2022.

Ginecologista do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica, Elis Akami explica que o principal método de prevenção às doenças causadas pelo papilomavírus é a vacinação dos adolescentes, antes da primeira relação sexual. “É preciso que os pais levem seus filhos para tomarem as doses do imunizante que previne verrugas genitais, lesões pré-cancerosas e câncer do colo do útero e genitais, entre outras”, recomenda Elis.

Campanhas anti vacinas e fake news disseminadas pelas redes sociais e aplicativos de mensagens dificultam uma maior adesão da população à procura dos imunizantes. A vacina é preconizada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Pessoas com HIV e pacientes transplantados na faixa etária de 9 a 26 anos devem ser vacinados.

A partir dos 21 anos, é orientado que as mulheres façam o exame preventivo de Papanicolaou, uma vez ao ano, visando identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero. “Outro fator é importante é lembrar do uso do preservativo feminino ou masculino nas relações sexuais, que apesar de prevenir a maioria das ISTs não impede completamente a contaminação do HPV”, disse a ginecologista.

A camisinha não protege áreas do corpo que podem não estar contaminadas como a vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal, favorecendo o contato com as lesões durante as relações sexuais. “Pessoas diagnosticadas com o HPV podem se vacinar desde que estejam na idade elegível, de 9 a 26 anos”, ressaltou Elis.