O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pediu demissão nesta sexta-feira (24), acrescentando uma crise política ao cenário de situação econômica difícil pelo qual o país passa devido à pandemia do coronavírus.
“Queria evitar ao máximo que isso acontecesse, mas foi inevitável”, disse Moro, em entrevista coletiva.
O ex-juiz da Lava-Jato fez o pedido após o presidente Jair Bolsonaro decidir exonerar o delegado Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral Polícia Federal (PF). Aliados do ministro afirmaram que ele só ficaria no governo se indicasse o novo nome para comandar a PF.
A demissão de Valeixo foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira. O texto diz que a saída do diretor-geral foi “a pedido”. Aliados de Moro, no entanto, afirmaram que a assinatura dele no documento foi mera formalidade e creditaram a decisão ao presidente.
A principal preocupação do ministro da Justiça era com a garantia da autonomia da instituição, para que a PF pudesse continuar conduzindo as suas investigações sem interferência política.
O nome de Moro para comandar a corporação era o delegado Fabiano Bordignon, atual diretor do Departamento Penitenciário (Depen).
Bolsonaro, no entanto, tem outras opções, como o secretário de Segurança Pública, do Distrito Federal, Anderson Torres, e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem.
Moro já tinha sinalizado a assessores que não aceitaria nenhum dos dois nomes.