Uma mulher foi agredida a cada 3 minutos durante o Carnaval no Rio

Para o sociólogo Ignácio Cano, pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), é difícil precisar se há um aumento nas agressões contra mulheres durante o Carnaval. “Esse ano houve uma campanha especial no Carnaval sobre a violência contra a mulher. É possível que isso tenha influenciado pessoas a registrar esses casos”, avalia.

Dado mais recente do ISP (Instituto de Segurança Pública) indica que, em 2015, cerca 49.281 mulheres registraram queixas por lesão corporal no Estado; outras 360 foram assassinadas.

Segundo o Dossiê Mulher elaborado pelo ISP, movimentos como a hashtag #meuprimeiroassedio e #carnavalsemassedio vêm contribuindo “para colocar em pauta os diferentes tipos de assédio sofridos por um significativo número de mulheres, mas ainda muito silenciado e banalizado enquanto forma de violência”.

De acordo com a Dpam (Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher), da Polícia Civil, o número de registros de violência contra a mulher, de maneira geral, tem crescido. Durante o Carnaval, a delegacia realizou uma campanha incentivando as mulheres a denunciarem os agressores. “A cada ano, estamos vendo um número maior de registros, o que demonstra uma mudança de atitude por parte das mulheres, que estão tendo coragem de denunciar”, diz a delegada e diretora da Dpam, Márcia Noeli.