Candidatos chegavam a pagar R$ 90 mil reais por vaga em concursos fraudados

Uma operação intitulada “Operação Afronta” deflagrada pela Polícia Federal no dia 21 de outubro levou à prisão 14 pessoas acusadas de fraudar provas de concursos públicos, principalmente na área Judiciária. A suspeita é que a organização, liderada por José Carlos de Lima, técnico judiciário do estado de Rondônia, tenha fraudado pelo menos 42 concursos em 30 Tribunais entre os anos 2010 e 2015. De acordo com as denúncias, ao menos 64 cargos públicos foram preenchidos através das fraudes.

Na semana passada, a PF solicitou à Fundação Carlos Chagas, organizadora que aplicou as provas dos certames em questão, uma auditoria para verificar as provas discursivas de todos os candidatos para tentar identificar os beneficiários das fraudes. Após o levantamento, foi constatado que candidatos aprovados em 42 concursos podem ter participado do esquema.

De acordo com a PF, o grupo agia de forma sofisticada, fornecendo inclusive pequenos pontos eletrônicos, tão pequenos que era necessário o uso de imã para retirá-los, para os candidatos. As investigações apontam que as fraudes ocorreram em todos os Tribunais Regionais Federais, 14 Tribunais Regionais do Trabalho e 11 Tribunais Regionais Eleitorais, que estão colaborando de forma ímpar para a apuração das denúncias.

A Fundação Carlos Chagas não se manifestou até o presente momento. José Carlos Lima, apontado como líder da organização, confessou em depoimento a participação nas fraudes, no entanto, negou ser o principal articulador das ações do grupo. A PF, por sua vez, informou que José foi apontado por pelo menos 24 pessoas como sendo o mentor dos esquemas realizados pela organização.

 

Fontes: G1, Estadão e CorreioWeb