“Propinão” de Loures pode complicar Temer

Na avaliação dos aliados do governo, o trecho mais grave da conversa de 39 minutos de Michel Temer com Joesley Batista, é quando o presidente destaca um deputado ligado a ele, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), para “ajudar a destravar” problemas do Grupo JBS no Cade, órgão que investiga cartéis. Desse contato com Loures resultou o acerto de propina que é recorde na história da corrupção em todo o mundo: R$500 mil semanais por vinte anos, totalizando R$480 milhões.

Após a divulgação das imagens do flagrante da PF, a expectativa é que Rocha Loures será preso ao desembarcar da viagem a Nova York. Quem o conhece diz que no primeiro minuto de prisão Loures vai entrar na fila dos acordos de delação. É onde mora o perigo para Temer.

Para o governo, na gravação, Michel Temer recomenda “tem de manter isso, viu?”, após Joesley Batista dizer “tô de bem com o Eduardo”. Para os aliados do governo, pior que a conversa foi o fato de Michel Temer tratar de assuntos inapropriados com um investigado.

 

Diário do Poder